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mecânica - prática 6

 


 
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Lubrificação e limpeza
 
Pontos básicos e indispensáveis para o mecânico e ciclista:

Limpeza:

  • Se a chuva foi muito intensa deixe a bicicleta de ponta cabeça até secar.

  • Espere secar completamente a sujeira e então retire o "grosso" com uma escova ou pincel.

  • Limpe o resíduo com um pano úmido em água e sabão neutro.

  • Seque com um pano macio.

  • Caso a bicicleta tenha pego muita chuva (temporal) ou barro líquido o ideal é que seja desmontada por completo e todas as graxas trocadas.

  •  

    corrente

     
    Não há muito o que se possa fazer com uma corrente a não ser limpá-la e lubrificá-la da maneira correta com freqüência, e quando ela estiver gasta trocá-la por uma nova.

    O primeiro passo é manter a corrente sempre limpa por fora, o que se pode fazer com uma escova de dentes e um pano seco. Só então se parte para a lubrificação, caso necessário. O que define a necessidade de lubrificação é barulho. Uma corrente bem lubrificada não faz barulho. Começou a chiar chegou a hora de lubrificar.

    É importante saber lubrificar a corrente corretamente, o que definitivamente não significa estar empapada em óleo. A forma correta de lubrificar é parar a bicicleta, encostada pela roda de trás ou de ponta cabeça, de forma com que os pedais girem livres. Limpe a corrente antes de lubrificar.

    Para lubrificar use um lubrificante especial para correntes, de preferência os especiais para mountain bike que agüentam melhor estas mudanças de clima e conseqüentes chuvas típicas de país tropical. Em locais de clima seco ou pouca chuva, ou ainda para quem é muito cuidadoso e sempre cuida da corrente, pode-se usar um lubrificante "seco".

    Para começar a lubrificação escolha um elo da corrente e marque-o na lateral com uma gota de lubrificante. Servirá como orientação para saber onde começa e termina a corrente. A partir deste elo vá colocando uma única gota de lubrificante por eixo de elo até chegar de novo ao elo marcado. Com o pedal dê algumas voltas lentas no sistema para girar a corrente e espalhar o lubrificante nos eixos de elo. Dizem os mestres de mecânica que corrente deve-se lubrificar antes de ir dormir para que a bicicleta fique parada a noite toda e assim o lubrificante se espalhe "mesmo".

    MUITO IMPORTANTE: É vital para a corrente que ela trabalhe praticamente seca por fora e lubrificada por dentro. Por isto é necessário limpar o excesso de lubrificante com um pano seco.

    No geral, quando a corrente retém por fora uma sujeira mais grossa, basta usar uma escova para tirar o grosso, seguido do uso de um pano levemente úmido com removedor a base de petróleo ou cítrico, que agride menos a mão e pouco polui. Não use produtos de limpeza a base de água. Terminada esta limpeza deixe a corrente secar por algumas horas e depois lubrifique-a como está descrito neste texto.

    Não é necessário, nem muito bom, retirar a corrente da bicicleta toda vez que for realizar uma limpeza. Isto sempre enfraquecerá o elo que foi aberto e fechado. Só abra a corrente no caso de ter ido para um barro muito líquido ou em outras circunstâncias especiais.

    No caso de uma chuva torrencial ou da bicicleta ter caído n'água é necessário fazer a lubrificação depois que a corrente estiver completamente seca.
     

    lubrificar a corrente é bem simples

     
    1) Óleo especial para corrente ou óleo SAE 40 (motor de automóveis).

    2) Uma única gota por elo.

    3) Girar os pedais devagar para o óleo penetrar na corrente.

    4) Limpar todo excesso até ficar praticamente seca por fora.

    5) De preferência, faça esta operação à noite, ou algumas horas antes de usar a bicicleta.
    O lubrificante precisa de tempo para penetrar nos elos da corrente. Na hora de usar a bicicleta, seque o máximo possível a corrente para retirar o excesso de óleo que ficou para fora dos elos.
     

    quando trocar a corrente?

     
    Para trocar uma corrente é necessário uma ferramenta especial chamada corta-corrente, que é fácil de ser encontrada. Mas recomendo que tenha um pouco mais de trabalho e procure um corta-corrente que tem o apoio de elo ajustável. A grande vantagem deste modelo é que o elo de corrente estará bem apoiado e a 90 graus, o que faz muita diferença na forma que o pino para movimentar o eixo de elo irá trabalhar. Este ajuste de apoio evita a deformação do elo. Com corta-correntes normais é necessário ter cuidado para não entortar o elo.

    Há ferramentas específicas para verificar o quanto a corrente está gasta, mas há alguns truques simples que podem bem ajudar. Coloque a corrente na coroa dianteira do meio e veja se todos os eixos da corrente estão se encaixando bem nos dentes da coroa. Se na parte de cima da coroa ela se encaixa bem, mas na de baixo os eixos da corrente não casam com os dentes da coroa é hora de trocar. Um bom limite para esta folga não deve passar dos 3 milímetros. Outra forma de ver é, de novo, com a corrente na coroa do meio dianteira, pegar a corrente com as pontas dos dedos na altura do meio da coroa e puxar ela para frente de forma a ver o espaço que se abre entre a corrente e a coroa. Se entrar um lápis fino está na hora de trocar a corrente. Não é necessário dizer que corrente torta, desalinhada, precisa ser trocada imediatamente.

    Se for trocar a corrente procure sempre colocar uma de qualidade, do tipo e medida certa para o sistema de câmbio no qual ela irá trabalhar. Não é necessário comprar a corrente mais cara, que são as próprias para competição e que recebem tratamento específico. O que é muito importante é que se troque a corrente antes que ela comece a causar qualquer dano às coroas e pinhões. Fazendo isto o seu sistema de câmbio durará muito tempo. É muito mais barato a troca da corrente que a troca de coroas, pinhões e câmbio.

    Finalmente; o número de acidentes causados por falha da corrente é alto e a maioria se dá porque a corrente estava vencida ou sua qualidade era precária ou ruim. É apavorante a sensação de quebrar uma corrente no meio do trânsito ou numa subida. Nunca pense em preço, sempre pense em qualidade.
     

    cabos e conduites

     
    O número de acidentes no Brasil que são causados por quebra de cabos é completamente absurdo. O número de bicicletas que circulam sem cabos de freio é assustador e este pessoal está muito vulnerável. Problemas com cabos de câmbio também geram acidentes. Portanto não coloque sua vida em risco por causa de um cabo, que em alguns lugares do Brasil chamam de acordoamento.

    Qualquer que seja a bicicleta, independente de seu preço, deve estar equipada com cabos de primeira qualidade. Uma bicicletaria mostra sua responsabilidade através da segurança no trânsito que ela dá aos seus clientes e talvez esteja nos cabos o maior reflexo desta responsabilidade, desta seriedade, desta honestidade.

    Boa parte das bicicletarias trabalha com cabos de baixa qualidade que partem com facilidade ou com vida útil muito curta. Isto não é só responsabilidade deles porque o próprio público não consegue entender que qualidade tem preço, e que segurança depende deste preço. Estou cansado de ouvir histórias sobre cabos que custaram "1,00 real", por exemplo, e que duraram um dia, ou só dias, no máximo semanas. Um cabo de primeira pode custar duas, três ou mesmo quatro vezes mais, mas dará plena segurança ao ciclista e durará anos de uso intenso. Cabos de qualidade geralmente são trocados por prevenção, e não por falha. A verdade é que um cabo de ótima qualidade acaba custando muito menos que um que expõe o ciclista ao perigo, que quebra rápido, e que constantemente tem que ser trocado.

    Um bom cabo não rompe, tem plasticidade adequada e, portanto, dificilmente faz cotovelos e desfia. Quando é cortado não deixa pontas. A sua cabeça não apresenta rebarbas e se encaixa com perfeição no passador de marchas ou manete de freio. Um bom cabo faz o sistema de freio ou câmbio funcionar suave e preciso. Cabo ruim engripa, não permite o funcionar ideal do sistema, falha, deixa a gente louco. Alguns sistemas de câmbio requerem cabo e conduite próprios senão não funcionam.

    Com os conduites, ou flexíveis, a situação não é tão crítica, mas também requer cuidados. A diferença que faz no funcionamento de um sistema o uso de um conduite de qualidade é grande. E alguns sistemas de câmbio requerem o conduite próprio para funcionar.
     

    manutenção de cabos e conduites

     
    O ideal é que se lubrifique o cabo com uma levíssima camada de graxa antes de passá-lo pelo conduite. O ideal é que o cabo fique escorregadio, mas absolutamente sem nenhum excesso de graxa. Alguns conduites tem alma de nilon e podem até dispensar a lubrificação do cabo.

    Não há outra forma de checar a condição de um cabo que não seja olhando com muita calma se há algum fio quebrado, se a ponteira está desgastada, ou outra anormalidade. No caso de qualquer problema troque o cabo por um novo. Sempre cheque para ver se onde o cabo passa e está apoiado não tem uma ponta cortante ou qualquer outra rebarba. Toda a superfície onde corre um cabo deve ser lisa, alinhada e sem deformidades.

    É necessário um alicate de corte próprio para cabos e conduites, que não deixa pontas nem deforma. O ideal é que tanto cabos quanto conduites recebam terminais de acabamento. No caso do conduite é bom olhar para ver como saiu o corte. Ele deve estar a 90 graus para que o apoio do conduite nos terminais do quadro, passadores de marchas, câmbios, manetes e freios seja perfeito; e não ter pontas para não prender ou esgarçar o cabo. No caso de alguma deformidade corrija a ponta do conduite com esmeril ou com pedra de afiar faca de cozinha. Alguns acabamentos de ponteiras de conduite entram muito justo e então é necessário dar uma rápida esquentada nela para que deslize fácil pelo plástico do conduite.

    Para limpar um cabo sem ter que soltá-lo do cambio engate a marcha mais leve do câmbio de trás, ou seja, coloque a corrente na maior coroa, e depois - sem pedalar - acione o passador de câmbio para a marcha mais pesada, ou seja, a menor coroa. Com isto o cabo de câmbio ficará solto e então basta tirar os conduites das guias do quadro. Faça o mesmo com o câmbio dianteiro, ou seja, acione o passador para que a corrente suba para a maior coroa e depois - sem pedalar - acione novamente o passador para a menor coroa. Solte o conduite do quadro, limpe e lubrifique o cabo.

    No caso do freio, desencaixe o cabo dos freios como se fosse tirar a roda, e também desencaixe o cabo do manete. Assim terá condições para limpar o cabo.

    Nos dois casos acima tome cuidado ao recolocar os conduites no lugar. Antes de sair teste para ver se tudo ficou bem encaixado.
     


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